25 junho 2013

Saudade



Criei este espaço porque queria dedicá-lo. Não que fosse um especialista, mesmo apesar por não ter acompanhado quantos têm escrito sobre a sua obra, os que conheceram a sua pessoa. Sim pela invulgaridade do que li, a excepcionalidade do sentimento que transmite. 
Há tanta extensão do seu escrito tão longe do meu ser quotidiano vulgar e tanta intensidade em alguns breves momentos que são comigo uma indizível comunhão de almas.
Uma destas noites senti o remorso de não ter vindo aqui, ou a saudade. A saudade, como desejo de união e de reintegração, da qual compôs, em 1976, com Jesué Pinharanda Gomes, uma paciente antologia de quantas a sentiram, por tantas formas que não há vocábulo que as contenha e o melhor deles chama-se saudade.
«A saudade só morre na morte (porque aí, realizando-se de todo, se anula, por consumação», escreveu com aquela presciência que lhe adveio da mística que lhe incendiava a alma.